Confira algumas dicas para os Executivos Brasileiros que precisam de desenvolvimento em língua inglesa
Por conta do meu estilo de trabalho na Idiomátika, dar dicas gerais não me parece uma tarefa muito fácil. Trabalharmos muito com as individualidades. Tratar do geral é sempre mais difícil. Entretanto, ao longo desses anos orientando tantos executivos que procuraram à escola para se desenvolverem, pude observar algumas dificuldades comuns a todos.
Listo essas dificuldades e faço sugestões de como superá-las:
1. “Nunca vou falar como um nativo”
E por que deveríamos falar como um nativo? Segundo estudos recentes 800 milhões de pessoas falam inglês como primeira língua, 400 milhões como segunda língua e (acreditem!) quase dois milhões utilizam inglês como língua estrangeira. Inglês como língua franca. Diante desses números questiono se devemos ainda ter os nativos como modelo.
2. “Não consigo ser fluente, tenho um bloqueio”
Para se obter fluência em inglês, ou qualquer outro idioma, depois de adultos, precisamos de um plano de ação bem elaborado e um bom orientador que identifique onde estão as dificuldades. Não há fluência porque falta vocabulário? Ou por que falta estrutura? Ou falta prática? O trabalho de orientação profissional é fundamental nesse momento. Mapear as razões para a falta de fluência e elaborar um plano de trabalho é o primeiro passo para se alcançar os resultados esperados.
3. “Não tenho tempo para fazer aulas”
Agenda é realmente um grande vilão nesse processo. Mas será que o que falta é tempo ou soluções customizadas? Não há como se esperar que um executivo, mesmo fazendo aulas individuais e in company tenha uma agenda que permita aulas em horários fixos. Cabe à escola identificar junto ao aluno, tendo como base sua rotina e estilo de vida, quais os momentos mais adequados para as aulas. E isso pode mudar de semana em semana. E, ás vezes, temos que sair dos horários convencionais e propor horários e dias inusitados. Quantos carnavais passamos treinando executivos nas nossas imersões!
4. “Nunca sobra tempo para estudar”
Certamente! Não sobra mesmo. Mas temos que pensar o seguinte: estudar não significa, necessariamente, fazer dever de casa como fazíamos quando éramos crianças e tínhamos todo tempo do mundo. O executivo precisa, através da orientação do profissional, identificar as tarefas que ele faz em português e que poderiam ser feitas em inglês. Quanto tempo o executivo dispensa diariamente para ler o noticiário? Já pensou em ler as mesmas coisas mas em inglês? E as horas de voos? Como podem ser utilizadas? São muitas as ferramentas para trazer o inglês para o dia a dia do executivo. Com comprometimento e experiência é possível selecionar as melhores para cada caso.
5. “Falar socialmente é ok, mas a minha dificuldade é falar em uma situação de pressão de trabalho”
O importante aqui é o executivo se sentir seguro, o estudo do inglês corporativo (business English) é fundamental nesse contexto. Mas não é suficiente: o executivo precisa desenvolver os skills necessários em business English, precisa aprender a linguagem adequada para uma reunião, para uma apresentação, precisa desenvolver suas habilidades comunicativas. Só fazer business English não basta.
6. “Mas eu preciso de um professor que entenda as minhas dificuldades, que me ensine o que eu preciso”
Concordo plenamente! Um professor, qualificado, experiente e comprometido é crucial nesse momento. Assim como a orientação de um profissional que utiliza as ferramentas de coaching que o oriente a praticar e se desenvolver. O professor ensina, o coach orienta. A junção desses dois profissionais me parece o cenário ideal.
7. “Sou muito perfeccionista, não gosto de cometer erros”
Então precisamos praticar! Um trabalho bem estruturado, bem orientado, um aluno comprometido como seu desenvolvimento e que enxerga esse processo como investimento, a prática constante, a exposição ao idioma, estar sob a orientação de um profissional competente, são ingredientes infalíveis para que o resultado apareça e o executivo se sinta seguro e consiga falar de maneira fluente e correta.
Bem, essas são algumas dicas gerais. No dia-a-dia precisamos buscar soluções customizadas entender o perfil do aluno, traçar metas possíveis, fazer assessments constantes
Executivos brasileiros não são fluentes: razões para esse cenário
É claro que essa afirmação não se aplica a todos os executivos, mas como estou há 21 anos à frente da EHC, desenvolvendo pessoas, ajudando-os a se tornarem fluentes, posso garantir que a afirmação se aplica a muitos.
Além das razões já citadas acima: falta de segurança, querer falar como nativo, falta de tempo, não saber como estudar, a pressão de ter que se comunicar em inglês em uma situação de negócios, ser perfeccionista, etc. que, como já vimos, são queixas frequentes dos executivos (com as quais concordamos!) Quero acrescentar algumas questões que, tenho certeza, precisam ser discutidas se quisermos mudar esse cenário.
1. O desenvolvimento em língua inglesa, a tão desejada fluência, não se consegue de um dia para o outro. Aprender um idioma depois de adulto, com uma vida tão cheia de responsabilidades, não é fácil e nem é rápido. O executivo brasileiro precisa entender que se faz necessário um plano de ação consistente e coerente com seu estilo de vida. Que dependendo do seu nível atual, esse desenvolvimento pode demorar e exigir dele muito empenho, disciplina e dedicação.
2. Infelizmente temos uma cultura na qual soluções “boas” são rápidas. Por conta disso, o executivo acredita (ou se deixa enganar) que quando for absolutamente necessário ele vai fazer algum curso rápido e resolver o inglês. Isso não existe! Um programa para um executivo que tem uma agenda cheia, inúmeras responsabilidades e pouco tempo para se dedicar, não é uma coisa simples de se desenhar. Precisa de expertise do consultor em idiomas e precisa de dedicação e investimento.
3. Quantas vezes nos deparamos com profissionais que estão inseridos no programa de desenvolvimento em idiomas da empresa e cuja frequência a aula é baixa! Pois é, não estou falando de fazer dever de casa e nem de dedicar tempo extra classe para se desenvolver não! Estou falando da coisa mais simples que é comparecer a aula. Como esse profissional acredita que o aprendizado se dá? Onde está o compromisso com seu desenvolvimento?
4. Para se aprender (qualquer coisa!) é necessário estudar, ter um bom orientador e praticar, praticar, praticar. No caso da língua inglesa o executivo precisa se expor (ou ter um orientador que o exponha) a situações comunicativas.
5. Um programa bem elaborado, que leva em conta o perfil de cada executivo, que considera as necessidades da empresa, do business, precisa ser feito por um consultor experiente, uma escola sólida. Um plano de desenvolvimento bem feito custa caro. As empresas/os executivos precisam encarar um consultor de idiomas da mesma maneira que encara um consultor de negócios. Vivemos em uma cultura em que o consultor de negócios precisa ser caro para ser bem visto, mas o consultor de idiomas se for caro não vai conseguir assinar o contrato.
6. Educação de qualidade (com o custo Brasil) é cara e o retorno se dará a partir do comprometimento de ambas as partes. O consultor de idiomas, através de um trabalho bem feito, e com o compromisso do executivo no processo, irá agregar tanto valor ao executivo quanto o consultor de negócios. Desenvolvimento é caro.
7. Não existe milagres, não existe soluções rápidas. Ser fluente requer expertise, dedicação, tempo, comprometimento e investimento.
Resumindo, se encararmos o desenvolvimento em língua inglesa como encaramos o “business”: com um plano de desenvolvimento, um plano de ação, com metas e objetivos bem elaborados, um cronograma realista, profissionais com expertise para desenvolver o projeto, dedicação, supervisão e orientação de um gestor. Os executivos terão sucesso na fluência, da mesma maneira que têm sucesso no business.
Beth Vasconcelos
Esse texto serviu com base para uma matéria que saiu na revista Exame. Clique aqui para conferir!
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